Para a Michele Framentto, os principais benefícios deste esporte é vencer a si mesmo em cada competição, superar a ansiedade, ter controle emocional e superar as frustrações.
As provas de laço têm mostrado que lugar de mulher é onde ela quiser, principalmente por se tratar de um espaço, majoritariamente, masculino.
Desde a infância, Michele Framentto, 36 anos, sonhava se tornar médica veterinária e sempre gostou, especialmente, de cavalos. “Depois que meus pais se separaram, meu pai incentivou meu irmão Christian Framentto a ingressar no laço comprido. Eu acompanhava ele apenas para torcer. No meu aniversário de 22 anos, meu pai me presenteou com um cavalo para iniciar nas provas de laço, juntamente com meu irmão.
Desde então participamos juntos em CTGs e laçamos inúmeras vezes na modalidade de dupla de irmãos. Meu primeiro troféu foi na modalidade de prenda. Em 2011, Michele conquistou o prêmio mais importante da sua trajetória ao ganhar a categoria dupla de irmãos na semana Farroupilha, nos Pavilhões da Festa da Uva. “Este rodeio me marcou pelo prêmio e também por ter sofrido uma queda na final”, recorda Michele.
Michele conta que a paixão pelo rodeio se intensificou ainda mais quando, no Rodeio de Flores da Cunha, conheceu o esposo Mateus Zorzi. Na ocasião, Michele e Mateus laçaram juntos pela primeira vez na modalidade Taça Cidade.
“Minha filiação ao CTG Recanto Gaúcho partiu do convite de Mateus para que pudéssemos estar sempre em família nos rodeios. Hoje sou a única mulher que participa do laço no CTG e me sinto privilegiada por fazer parte da cultura gaúcha em um esporte onde a mulher também resistiu a inúmeras barreiras”, ressalta ela.
O filho Davi, 7 anos, já participa das competições de “vaca parada” mostrando apreço também pela cultura. “Ver nosso filho seguindo os passos dos pais é emocionante. Estaremos ao seu lado incentivando-o para que continue gostando do tradicionalismo”, frisa Mateus.
De acordo com a empresária do ramo logista, durante todos estes anos, os principais ensinamentos que tive foram aceitar que Deus tem um plano para tudo. “Um dia você ganha e outro você perde, mas nada foge do controle Dele. É um esporte praticado em família. Onde eu poderia competir junto com meu pai, irmãos, marido e filhos, questiona Michele.
Para a Michele, os principais benefícios deste esporte é vencer a si mesmo em cada competição, superar a ansiedade, ter controle emocional e superar as frustrações.
Ao finalizar a conversa, Michele deixou uma mensagem para as mulheres: “Se você sente o coração bater mais forte ao montar em um cavalo, você já carrega o espírito da mulher laçadora. Aos poucos o laço se firma e a coragem também, não precisa de força física precisa de foco e resiliência e isso a mulher gaúcha sabe muito bem como é. Vai firme. Vai com coragem. A cancha também é sua”, resume Michele, que é referência no CTG Recanto Gaúcho de Nova Pádua.
Texto: Maicon Pan
Fotos: Michele Framentto / Divulgação