Prática esportiva busca melhorar a qualidade de vida, além de se tornar um novo meio de locomoção, seja para trabalhar, passear ou se exercitar
Atualmente o ciclismo é um dos esportes que mais cresce no Brasil, atraindo a cada dia que passa mais entusiastas. Isso inclui ciclistas em diversas modalidades e estilos, sejam atletas profissionais e amadores. As modalidades mais conhecidas são ciclismo de estrada, mountain bike, que se divide em quatro estilos, e bicicross (corridas e manobras). Mesmo sendo um esporte de alta performance, o ciclismo cresce mundialmente devido sua versatilidade, já que essa atividade é indicada para todas as pessoas que tenham condições físicas e motoras para pedalar.
Para o auxiliar geral Vinícius Bedin, 25 anos, o ciclismo começou por acaso. “Um amigo estava trocando a bike e me ofereceu a antiga dele. Como não praticava nenhum esporte acabei comprando, mas jamais imaginei que iria gostar tanto de pedalar”, conta ele. O esporte destaca-se por oferecer, dentre os principais benefícios para o corpo e para a mente, fortalecimento da musculatura, além de auxiliar na saúde do coração, reduzir o estresse, melhorar a respiração e ajudar no equilíbrio.
De acordo com Vinícius, o ciclismo proporcionou conhecer lugares novos que jamais conheceria de carro, além de construir novas amizades. “São muitos os benefícios que o pedal me proporciona na questão da saúde, além de estar em contato com a natureza e a oportunidade de superar meus limites a cada pedal”, destaca ele, que faz parte do Grupo Pedal Panka, de Nova Pádua, que tem cerca de 25 ciclistas.
Depois de visualizar as fotos que os amigos postavam nas redes sociais dos lugares onde pedalavam, a servidora pública Vera Lúcia do Nascimento, 46 anos, teve sua primeira experiência. “No início nem sabia como comprar uma bike para o tipo de pedal que eles faziam que era MTB (modalidade do ciclismo que exige mais força explosiva e técnica para transpor os obstáculos no percurso)”, conta.
Após adquirir a bike, Vera pediu que os amigos a levassem para um passeio com eles. “Eu não sabia nem trocar as marchas, mas mesmo assim, me apaixonei pelo ciclismo”, frisa. No primeiro pedal, o grupo saiu de Caxias do Sul sentido Flores da Cunha, pela estrada de chão.
Sobre os benefícios, Vera sente-se mais disposta quando pedala. “O que mais me chama a atenção é a sensação de prazer ao conhecer lugares que eu nunca iria conhecer de carro ou qualquer outra forma de locomoção, as paisagens incríveis, os lugares encantadores, além das amizades que vão além do pedal”, afirma.
Desempenho
Para o paduense Adir Sonego, 58 anos, a caminhada era a atividade física habitual. Depois da cirurgia de menisco, o médico recomendou a Sonego a prática do ciclismo. “Comecei aos poucos, fui gostando e o joelho foi melhorando. Além da recuperação, a musculatura das pernas ficou mais forte. O ciclismo traz uma sensação de liberdade, além de oferecer a oportunidade de conhecer novos lugares e criar novas amizades”, resume Sonego.
O ciclista pedala quatro dias por semana, sempre à noite, depois do trabalho. Os percursos, na sua maioria, são pelo interior de Nova Pádua, chegando a pedalar, em média, 120 km por semana.
Para o comerciante, Edson De Boni, 51 anos, na Office Bike, os clientes procuram desde bicicletas para iniciar a atividade no ciclismo até bikes de alta performance. De acordo com ele, muitas pessoas procuram a loja para adquirir a sua bicicleta por indicação de profissionais da área da saúde, que pedem para os pacientes mais obesos e que não praticam esportes para iniciarem uma atividade física. Na oficina, De Boni oferece todos os equipamentos e acessórios para o ciclismo e, o que não tem em casa, consegue por encomenda em outras lojas do ramo. “Além de bikes, que giram em torno de R$ 1,5 mil até R$ 12 mil, também oferecemos capacetes, uniformes, faróis, garrafas, entre outros acessórios”, explica. Algumas bikes podem chegar a R$ 100 mil.
Novas experiências
A convite do amigo do Ricardo Finger, De Boni começou a pedalar e destaca que os benefícios desse esporte vão muito além da perda de peso e da melhora do condicionamento físico. “O ciclismo também auxilia em diversos fatores que mantém o corpo saudável, como por exemplo, redução dos índices de colesterol, melhora da respiração, saúde do coração, entre outros”, conclui ele.
O atleta já fez a expedição da Serra do Rio do Rastro algumas vezes e, para ele, em cada uma delas, a experiência foi única. Ele já participou de expedições para diversos estados. “Durante o ano eu faço mais quilometragem de bike do que de carro”, afirma.
O ciclismo está tão em evidência que vem ganhando novos adeptos em todas as cidades. “Em Flores temos pilotos que sempre incentivaram essa modalidade, como o Ino Finger, Marcio e Alan Bazi, Silvana Menegon, Ismael Rech, Sidnei Sgarioni, o Batalha, entre tantos outros ciclistas florenses”, diz.
Desde criança, o esporte favorito do empresário Ismael Rech, 33 anos, foi a bicicleta. Ele começou a participar de algumas competições em 2016, mas sem muita pretensão de vitórias. “Eu participava para me divertir, mas comecei a pegar gosto pelo ciclismo e foi, então, que elevei o nível de treinamentos depois que conheci meu treinador Gabriel Salgado. Daquele momento em diante percebi que tinha facilidade para evoluir. Foi aí que o esporte se tornou um vício na minha vida”, lembra Rech, que tem uma rotina de 12 horas semanais de treinos.
Na carreira, Rech já subiu ao pódio em torno de 30 vezes em corridas realizadas no Rio Grande do Sul, Santa Cataria e Minas Gerais. “Um sonho que realizei em 2019 foi participar do Desafio da Serra do Rio do Rastro, uma competição que o trajeto é somente de subida. Consegui o 2º lugar na categoria Máster A e o 5º na geral, sendo que largaram cerca de 1400 atletas”, frisa ele, que também foi campeão brasileiro da ultramaratona de Canela, em 2017.
O florense diz que até tenta ficar um tempo sem treinar, uma vez que, para se manter num nível alto de competição, os treinos são puxados e cansativos, tanto para o corpo como para a mente. “Por esse motivo, às vezes, dou um tempo, mesmo sabendo que perco muito rendimento. Dou uma segurada para poder fazer outras coisas, mas não consigo ficar muito tempo longe das pistas e trilhas”, finaliza.
Por: Maicon Pan / Jornal O Florense