Profissionais têm dedicado treinamentos voltados para as mulheres
Seja para manter a boa forma física ou para eliminar as energias negativas, as mulheres têm conquistado cada vez mais espaço nos esportes de combate e artes marciais, mostrando que não existe diferença entre homens e mulheres no espaço dentro do tatame. Além da considerável participação das mulheres, os treinadores destes esportes também têm dedicado treinamentos voltados para elas.
A cozinheira Keila Cabral, 39 anos, é apaixonada por esportes. Além do Muaythai, faz parte da equipe de corrida e de bike, Team Via de Vanti, de Flores da Cunha, além de praticar o Pole Dance.
Keila iniciou a trajetória no Muaythai em 2015, com o objetivo de buscar uma atividade física e também como forma de autodefesa. “É inegável que cada vez mais presenciamos mulheres nos esportes de combate, buscando seu espaço nos tatames e nas academias”, destaca ela, que faz parte da equipe de instrutores da Academia Gat Team.
De acordo com a profissional, que é formada grau preto, o Muaythai é um esporte de combate que utiliza mãos, canelas, cotovelos e joelhos. “A modalidade melhorou minha agilidade, força e flexibilidade. O esporte envolve muitos chutes e socos e, por isso, os atletas exercitam o abdômen, braços, pernas, costas e muitas outras partes do corpo. Depois que iniciei os treinos, melhorei minha coordenação, meus reflexos e consegui diminuir a tensão do dia a dia”, explica Keila, que também trabalha como secretária.
Sobre essa notoriedade das mulheres no Muaythai, a florense afirma que, embora o esporte seja predominantemente masculino, as mulheres estão ocupando seu espaço na modalidade, que também pode ser reconhecida como um instrumento social e, acima de tudo, educacional.
A estudante Gabrielly Urban Oliveira, 10 anos, nasceu numa família de professores e mestres marciais. “Eu cresci dentro do tatame e, assim que dei os primeiros passos, meu pai já começou a me ensinar o Taekwondo. Ele sabia que a prática do esporte seria muito importante na minha vida”, lembra Gabrielly.
Mesmo com a curta trajetória dentro do esporte, Gabrielly já representou a Academia Gat Team, de Flores da Cunha, no Festival de Taekwondo, em Erechim, no ano de 2016, nos Jogos Escolares de Caxias do Sul, em 2017, 2018 e 2019 e, no Campeonato Gaúcho de Taekwondo, realizado em 2019, na cidade de Flores da Cunha. Em todas as competições a atleta conquistou o 1º lugar. “Sempre dei o meu melhor e, por conta disso, me orgulho dos 13 títulos já conquistados no Taekwondo”, relata a jovem que está ansiosa para que a pandemia do coronavírus passe logo para voltar a competir.
O Taekwondo trabalha mais com as pernas e, por conta disso, os principais golpes são sempre os giratórios e os com salto, pois exigem muita força e habilidade. Entre eles destaque para o Bandero Tolho Thagui (chute giratório com peito do pé) e o Mondolio Furiô Thagui (chute giratório com calcanhar).
Para Gabrielly, o principal benefício do Taekwondo é a saúde do corpo, resultado do alongamento, dos exercícios e da preparação física para a prática dessa modalidade. “O esporte me ajudou de modo especial na concentração nos estudos”, explicou.
Nos tatames, as mulheres começam a ganhar espaço e tentam vencer uma das principais batalhas, senão a principal, que é a luta contra o preconceito, tentando mostrar para todos que elas têm capacidade e podem se tornar grandes atletas. “A sociedade onde nós vivemos, infelizmente, ainda tem muito preconceito. As pessoas acham que os esportes de combate e as artes marciais são só para homens, mas com dedicação e força de vontade estamos mudando essa realidade”, finaliza Keila.
Texto: Maicon Pan/Jornal O Florense
Fotos: Jair Oliveira / Juliana Urban / Divulgação