31/07/2020 Diversos

ESPECIAL - Jiu-jitsu, um esporte para o corpo e a mente

O jiu-jitsu está sendo bastante difundido e, cada vez mais, pessoas buscam o conhecimento e a prática do esporte que faz bem para o corpo e para a mente. Conheça a história de florenses que sagraram-se campeões da arte marcial.

O Jiu-Jitsu caracteriza-se por ser um esporte de luta agarrada, onde a técnica prevalece à força. Algumas pessoas caracterizam o jiu-jitsu como o xadrez das artes marciais. O esporte é educativo, cobra e impõem disciplina. O esporte pode ser praticado por qualquer ser humano.

Para o professor de jiu-jitsu Altamir Molina Cezar Junior, 33 anos, a paixão pelo esporte surgiu de forma casual. “Sempre fui uma pessoa muito ansiosa e procurei esportes que eu pudesse competir. Fazia musculação numa academia e comecei a praticar o jiu-jitsu. Já nas primeiras aulas me encantei com a modalidade por ser um esporte completo, que exige constantemente a integração entre o corpo e a mente” destaca Altamir, que também ficou fascinado com a atmosfera que encontrou dentro dos tatames.

Gu, como é conhecido, ressalta a receptividade que encontrou nas academias de jiu-jitsu. “Visitei treze países e em todos eles encontrei suporte nas academias de jiu-jitsu. Comecei a construir sonhos a partir do esporte e vários deles eu consegui realizar. Em três anos consegui estar num dos campeonatos mais importantes do mundo e conviver com os principais nomes do jiu-jitsu”, frisa ele.

O atleta disputou a primeira competição com 21 anos, e, já no segundo campeonato, subiu no pódio, quando ficou com o 3º lugar na seletiva para Abu Dhabi. Foi então que fez um planejamento de três anos para ser campeão absoluto da seletiva. Quando concluiu a faculdade de Administração de Empresas, Altamir ficou com um tempo vago e vendo que alguns amigos tinham o interesse de conhecer o esporte, mas precisavam se deslocar até Caxias do Sul, e passou a dar aulas nas academias de Flores da Cunha.

A primeira experiência fora do Brasil aconteceu em 2012, quando esteve em Abu Dhabi e na Holanda para participar de algumas competições. Em 2018, Molina viajou para a Irlanda onde teve a oportunidade de aprender inglês, participar de campeonatos e conciliar com a função de professor. Altamir foi seis vezes campeão da seletiva de Abu Dhabi ouro duplo peso e absoluto. Foi campeão do Abu Dhabi Gran Slam, etapa do Rio de Janeiro, em 2017, campeão europeu no absoluto, em 2018 FIJJD, na Espanha, campeão Naga Graplin, etapa da Irlanda, vice-campeão do sul-americano em 2011, além de ter conquistado por inúmeras vezes o campeonato gaúcho da modalidade.

“Uma das maiores experiências da minha carreira foi a disputa do mundial de Abu Dhabi”. Quando voltar ao Brasil – atualmente reside em Dublin, na Irlanda –, pretendo ter a minha academia e realizar um projeto mais social com o jiu-jitsu, para que as crianças sigam o caminho do bem tornando-se pessoas de caráter e honestidade. O esporte proporciona que pessoas acreditarem que tudo é possível”, resume.

O mecânico Vainer Cambruzzi, 41 anos, teve a primeira experiência com o jiu-jitsu em 2014. “O professor Altamir Molina me apresentou o esporte, acabei gostando e desde então pratico essa modalidade. Atualmente meu professor é o James Brandalise Ortiz, um mestre na arte do jiu-jitsu”, salienta Vainer.

Para Cambruzzi, todas as competições disputadas foram importantes para evoluir no aspecto esportivo, com destaque para o Campeonato Gaúcho, a Copa Prime, de 2019, onde sagrou-se campeão gaúcho. Além disso conquistou o 1º lugar no The Best Bjj Challange, na Tríplice Coroa e no Grand Prime, além de ter conquistado o cinturão de Campeão Gaúcho. Na carreira foram 22 medalhas, sendo 16 de ouro, 5 de prata e uma de bronze.

“O jiu-jitsu proporciona a todos os praticantes uma filosofia de vida. É uma oportunidade de trabalhar a parte física, mas principalmente a mente. Os atletas aprendem a respeitar os colegas e adversários, sempre com muita disciplina. O jiu-jitsu segue o lema: honra, moral, respeito e lealdade”, resume o atleta.

O professor de jiu-jitsu James Brandalise Ortiz, 40 anos, começou a praticar a modalidade em 1996, depois de assistir as vitórias do Royce Gracie no UFC 1 e 2. “Com mais de 20 anos de pratica de jiu-jitsu, comecei a ministrar aulas a exatamente 10 anos, depois que alguns amigos próximos insistiram para que eu ensinasse mais sobre o esporte”, lembra Ortiz.

James ressalta que, para alcançar a excelência em ministrar aulas de jiu-jitsu, teve que ir muito além de títulos. “Mesmo com a vasta experiência em competições, desenvolvi diversas habilidades para ser um professor reconhecido, como uma boa didática, bom relacionamento pessoal, conhecimento técnico aprofundado em todas as áreas do jiu-jitsu, inclusive a parte de defesa pessoal, participação em seminários técnicos com todos os principais lutadores e mestres reconhecidos mundialmente. Hoje consigo viver somente ministrando aulas de jiu-jitsu em Flores da Cunha e Caxias do Sul”, frisou o professor.

Para Ortiz, o momento mais marcante foi quando conquistou a faixa preta em 2013. “Outros momentos marcantes foram quando treinei um aluno para lutar MMA e o mesmo está invicto com três vitórias. Ter um aluno meu ministrando aulas na Austrália e recentemente quando outro aluno, de Flores da Cunha, conquistou o título do top ranking, melhor atleta da sua categoria do Circuito Gaúcho, em 2019”, finaliza.

Texto: Maicon Pan / Jornal O Florense
Fotos: Divulgação