As vezes acho que comecei tarde demais e que os desafios são feitos para serem superados, independente da idade. Hoje, vejo que estou no lugar certo e focada no que eu mais amo, que é correr.
A corrida destaca-se por ser um esporte que oferece inúmeros benefício para os atletas. Relatos de pessoas que aprenderam a lidar com questões psicológicas, emocionais e físicas, mas principalmente para ter uma melhor qualidade de vida.
A secretária Marilei De Araújo Francescatto, 56 anos, conta um pouco da sua trajetória de ex-fumante a, desde o último domingo, 28 de abril, uma maratonista de fato. “Ao ultrapassar a linha de chegada, passou um filme, de tudo o que enfrentei e superei para alcançar essa conquista”, explica Marilei.
Piccolo Esportivo: Qual teu sentimento em ser uma maratonista?
Marilei: É um misto de sentimentos: de dever comprido, de que podemos realizar tudo aquilo que colocamos como meta e de alívio em saber que consegui. É uma das melhores experiências que tive e que eu já vivi.
Piccolo Esportivo: Desde quando você tinha o objetivo de se tornar uma maratonista?
Marilei: Esse foi um objetivo que veio depois de começar a correr. Como sou uma ex-fumante, nunca me imaginei correndo e muito menos fazendo uma maratona. Com a corrida é assim: consegue 5km, quer 10km. Consegue 10km, quer 21km. E um modo de seguir se desafiando.
Piccolo Esportivo: Como foi a preparação?
Marilei: A preparação foi bem diferente do convencional que eu vinha fazendo. Ao focar na maratona, busquei a ajuda de profissionais para que pudessem me ajudar. De modo especial, quero destacar minha professora Gilceia da Silva, do Care Estúdio de Corridas, que foi essencial nessa etapa. Ela me orientou com as planilhas regradas, uma boa alimentação, foco na academia e treinos.
Piccolo Esportivo: Qual o momento mais complicado da prova? Passou pela tua cabeça a possibilidade de não conseguir completar a prova?
Marilei: A claro, sempre dá aquele medo, aquela dor na perna, aquele cansaço, a luta contra a cabeça e o corpo. Os últimos quilômetros foram bem complicados. Na corrida, todos se apoiam. Na reta final, tive muita ajuda dos meus companheiros de corrida, que não me deixaram baixar a cabeça e nem desistir.
Piccolo Esportivo: Quem esteve contigo, te apoiando?
Marilei: Eu fui muito encorajada pela minha família. Meus filhos e marido nunca me deixaram desistir. Eles me deram um apoio incondicional. As amizades que fiz com a corrida, como minhas “amiguxas”. Nos preparamos juntas e falávamos todos os dias sobre a prova. Pegamos o mesmo apartamento e nos encorajávamos mutuamente para o início da prova. Senti uma energia muito boa durante toda a prova.
Piccolo Esportivo: Como foi esse processo de iniciar nas corridas e hoje ser uma ex-fumante e maratonista?
Marilei: No começo, a impressão era de que não conseguiria fazer nenhum km. O diferencial foi meu filho Oscar Felipe Francescatto. Ele já corria e sempre me incentivou a ingressar no esporte. Ele me fez ser a corredora que sou hoje. Sempre me apoiou, me levava nas provas e correu junto comigo. Em muitas provas, após o termino do seu trajeto, me buscava para que eu concluísse os últimos km ao seu lado. Sobre a idade, as vezes acho que comecei tarde demais e que os desafios são feitos para serem superados, independente da idade. Hoje, vejo que estou no lugar certo e focada no que eu mais amo, que é correr.
Piccolo Esportivo: A partir de agora, quais são os objetivos no esporte?
Marilei: Na corrida, o desafio é estar sempre se superando. Há longo prazo, meus objetos são de continuar correndo com meus amigos, conhecendo lugares e, quem sabe, aumentar a quilometragem?
Piccolo Esportivo: Uma mensagem para quem tem receio, preguiça, ou medo de iniciar na corrida.
Marilei: A principal desculpa é a preguiça e posso afirmar que ela vem muito da cabeça. As pessoas devem começar caminhando, depois uma corrida de leve e logo estarão correndo. A corrida é viciante e proporcionar uma qualidade de vida incrível.
Texto: Maicon Pan
Fotos: Marilei De Araújo Francescatto / Divulgação