23/02/2021 Futebol

O FLORENSE: Ferroviário é pentacampeão da Libertadores do Nordeste Gaúcho

Com as conquistas de 2012, 2013, 2014, 2015 e 2020 o clube tornou-se o maior vencedor da competição. A equipe do Paranaguá tem 4 títulos.

A conquista do pentacampeonato do Esporte Clube Ferroviário teve dramaticidade, tensão e muita emoção. No sábado, 13 de fevereiro, o time tornou-se o maior vencedor da Copa Libertadores do Nordeste Gaúcho ao vencer o E.C Gaúcho por 2x0.

Precisando reverter o placar, o Ferroviário iniciou a partida no ataque, pressionado o adversário. Na primeira chance de gol dos mandantes, Silvio, num belo cabeceio, acertou a trave. Pepe, em cobrança de falta, também parou na trave. Aos 40 minutos o Gaúcho ficou com um jogador a menos. Jefinho recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso pelo árbitro Rafael Klein. Mesmo com um a menos em campo, a equipe de Ivoti continuo fazendo uma boa marcação. Na etapa final, a pressão do Ferroviário foi ainda maior. Banana arriscou da entrada da área e quase abriu o placar. Diego Erthal recebeu um passe primoroso de Silvio mas finalizou a direita do goleiro Michel. Josuel cruzou da esquerda, Silvio subiu mais que a zaga e acertou a trave mais uma vez. No rebote Dodozinho chutou por cima do gol. Vitinho finalizou rasteiro e a bola tirou tinta da trave do Gaúcho.

Depois de muita insistência, aos 42 minutos, numa bela jogada, o Ferroviário abriu o placar. Dodozinho lançou o lateral Eliéser, que cruzou para o capitão Maiquel, de cabeça, completar para o gol. A bola ainda tocou na trave antes de entrar. Mesmo com o gol, o Ferroviário seguiu na pressão em busca do gol que daria o 5º título da competição aos donos da casa no tempo normal. No último minuto dos acréscimos, depois do cruzamento de Vitinho, o goleador Silvio ajeitou de perna esquerda e, já caindo, tocou de pé direito, na saída do goleiro, marcando o gol do pentacampeonato. A equipe conquistou o título com uma campanha de cinco vitórias, dois empates e uma derrota, um aproveitamento de 70,83%. Foram 16 gols marcados, uma média de dois por partida e, 3 gols sofridos, ou seja, média de 0,37 por jogo.

Além do título, a equipe do Ferroviário teve o artilheiro Silvio Filipi com seis gols marcados e o goleiro menos vazado. Bruno Brandelli sofreu apenas três gols em oito jogos. A equipe foi comandada por Eder Vanzin, o melhor técnico da competição. Willian Spaniol, do Gaúcho, foi eleito o atleta revelação. Vinicius Spaniol, também da equipe de Ivoti, foi o atleta destaque do campeonato.

Para Vanzin, a união do grupo, o suporte e apoio da diretoria foram essenciais para a conquista. “Durante a partida fiz cinco alterações na equipe, prova que o elenco do Ferroviário era muito bom. A diretoria me permitiu ter 30 atletas com capacidade de titularidade”, destaca o treinador, embora tenha dor de cabeça para escolher os 11 que iniciam os jogos como titulares. De acordo com Eder, todos os títulos tiveram foram difíceis e tiveram a sua particularidade. “A conquista do último sábado realmente testou meu coração. Durante o jogo não estava nervoso, mas depois do apito final começou uma câimbra e até falta de ar, recorda ele.

Além dos cinco títulos da Libertadores do Nordeste Gaúcho, Vanzin já conquistou 15 títulos de expressão nos Municípios de Caxias do Sul e Farroupilha, além de ser campeão regional, estadual, sul-brasileiro e vice-campeão Brasileiro do Sest/Senat de Futebol 7. O comandante iniciou o projeto do futebol feminino do Brasil de Farroupilha e, que hoje é bicampeão do estadual e disputa o Brasileiro A2 da categoria. “Já tive o sonho de ser treinador profissional. Sou formado e tenho o curso de treinador profissional de futebol pelo Sindicato dos Treinadores do Rio Grande do Sul. Tive uma proposta para assumir uma equipe da base do E.C Juventude, mas sem remuneração, o que inviabilizou o convite. Também fui cotado para assumir o futebol profissional do Brasil de Farroupilha, mas a diretoria optou por outro profissional.

Vanzin agradece ao grupo por entender as escolhas feitas à beira do gramado e por aceitarem as mesmas. “Agradeço os atletas por estarem sempre dispostos a se dedicarem por mim e pelo clube”, frisa ele, que também reconheceu o trabalho da comissão técnica que esteve sempre atenta para ajudar nas decisões. Por fim, o técnico também falou sobre a direção do Ferroviário, capitaneada por Darci Lusa. “Mesmo com cinco títulos conquistados a frente dessa equipe eu nunca conseguirei retribuir tudo o que essa direção faz por cada um de nós”, finalizou Vanzin.  

O capitão, Maiquel Mocelin, 35 anos, que atua como corretor de imóveis, fez parte da zaga menos vazada e ainda marcou o gol de empate na decisão. “O Eliéser teve a felicidade de acertar um belo cruzamento e eu consegui acertar um belo cabeceio, tirando a chance de defesa do goleiro Michel”, lembra Mocelin. Para o zagueiro, marcar gol sempre é maravilhoso e ainda mais em final de campeonato. "O técnico Eder gritava para que eu fosse na área adversária e fui recompensado com o gol de empate, ressalta Maiquel.

Dos cinco títulos pelo Ferroviário, o capitão disse que cada um teve uma história e emoções diferentes. “O título, quando é conquistado com sofrimento, é mais gostoso. Esse foi especial e muito gratificante por ter levantado a taça como capitão da equipe”, explicou o zagueiro.  Mocelin acredita que a união dos atletas e o tralhado da direção e da comissão técnica foram fundamentais para a conquista do título. “O Ferroviário é um clube onde me identifiquei demais. Se hoje tenho o nome marcado na história do clube eu ofereço a essa comunidade que me abraçou. É sem dúvida um dos melhores lugares que eu já joguei. Fui muito bem recebido desde 2012 quando conquistamos o primeiro título e com o passar dos anos e dos títulos essa confiança é reciproca”, conclui Maiquel.  

TEXTO: Maicon Pan
FOTO: Cauê da Costa / Triunfo Esportes