31/08/2016 Bocha

Morro do Sabiá: uma máquina de títulos

A primeira conquista do Morro do Sabiá veio em 1993, com uma equipe que tinha atletas de Flores da Cunha e do Cruzeiro de Caxias do Sul.

Nos últimos anos, a equipe de Bochas do Morro do Sabiá vem dominando a modalidade em Flores da Cunha. No último sábado a equipe conquistou o pentacampeonato da modalidade de forma invicta.

Fundada pelo grupo de amigos formado por Fernando Poletto, Rafael Gavazzoni, Juca Moré, Gildo Gavazzoni e Vladimir Fachin por volta de 1980 e recebeu este nome porque naquela época o local onde hoje está localizada a cancha, era formado por morros e muitos sabiás. 

Embora se destaque nas competições de bocha, o Morro do Sabiá teve grandes equipes no futebol, onde participava da categoria, juniores, principal e veteranos. Com o passar do tempo priorizou a equipe de bochas, que tem registro na Federação Gaúcha de Bocha (FGB) e todos os títulos estão registrados em ata, o que comprova o profissionalismo desta agremiação.

Olivo Colloda nasceu na comunidade de Monte Bérico e aos 15 anos de idade começou a jogar bochas, tendo conquistado alguns campeonatos que naquela época ainda não eram oficiais. Com o passar dos anos, Colada comprou um terreno e construiu sua residência em Flores da Cunha. “Construí o prédio de dois andares, abri o bar e deixei um espaço nos fundos para a construção de uma cancha”, lembra ele.

No início, Motosserra não tinha a intenção de disputar competições oficiais, mas, foi incentivado pelos amigos e em 1990 a equipe do Morro do Sabiá disputou o 1º Campeonato Municipal de Flores da Cunha.

A primeira conquista veio em 1993, com uma equipe que tinha atletas de Flores da Cunha e do Cruzeiro de Caxias do Sul. A equipe voltou a erguer o troféu do municipal em 1999 e 2000. Depois disso, a equipe ficou quatro anos sem disputar competições, em virtude do falecimento de Neco Colloda, irmão de Olivo.

Em 2008, Alfeu Salvador assumiu o Bar e a Lancheria Motosserra e ficou responsável por reativar a equipe de bochas. Alfeu conta que no início trouxe a base da equipe que jogava no Nova Roma e atletas que já haviam atuado pelo Morro do Sabiá.

O primeiro título sob o comando de Alfeu veio em 2010 quando conquistou o Integração, competição disputada entre equipes de Flores da Cunha e Nova Pádua. Em 2011, o Morro do Sabiá venceu o Campeonato Municipal e o bicampeonato do Integração.

Títulos do Morro do Sabiá
1993 – Municipal
1999 – Municipal
2000 – Municipal
2011 – Integração
2012 – Integração
2013 – Integração e Municipal
2015 – Integração
2016 – Municipal

Desde que Alfeu assumiu o comando da equipe em 2008, o Morro do Sabiá tem um desempenho invejável. Entre campeonatos municipais e integração, foram seis títulos conquistados e dois vice-campeonatos.

Dentro da cancha, Alfeu tem a companhia dos filhos Alef e Fabrício. “É uma alegria e uma satisfação imensa jogar com eles. Tendo eles aqui, sei que eles não estão na rua. Eu e o Alef somos parceiros de dupla e não perdemos nenhuma partida na competição” destacou Alfeu.

Motosserra, apelido que vem desde os tempos do futebol, destaca o fato da equipe do Morro do Sabiá ter vários jovens no elenco, inclusive tendo um jovem de 22 anos como técnico. Para Alef, ser técnico de uma equipe é sempre uma árdua tarefa. “Quando se trata de uma equipe repleta de estrelas como o Morro do Sabiá, onde todos são experientes e tem qualidade, a responsabilidade é ainda maior”, ressalta o jovem.

Para que a pratica desde esporte tenha continuidade, os dirigentes Alfeu e Olivo são unanimes em afirmar que é preciso incentivar os jovens que gostam deste esporte. O gosto de Motosserra pelo jogo de bocha não foi suficiente para que os filhos Lucas e Junior seguissem o mesmo esporte. “Eu e meu irmão Natal “Neco” (in memoria) jogávamos bocha até de madrugada”. A disputa não tinha nada de amistoso e os irmãos apostavam até mesmo jantas.

A equipe do Morro do Sabiá é formada por 24 atletas. Conhecida pela supremacia jogando dentro de casa, nesta edição do certame, o campeão mostrou seu poderio jogando fora de casa, onde inclusive venceu o jogo de ida da final por 6 x 0 jogando longe de seus domínios.

Olivo, 64 anos, ressalta o circulo de amizades criado através do esporte. “Sinto-me muito contente. Em toda a minha trajetória como bochófilo, não estou lembrado de nenhuma discussão ou briga que tenha acontecido”, recorda Colloda.

Alef ressalta que tem uma bela história vivida dentro das “raias”. “Acredito que um dia meus filhos terão orgulho dela, assim como eu tive da história do meu pai. Espero que muitas conquistas ainda venham para esta equipe, pois sou testemunha do quanto os integrantes são merecedores de tudo isso e de muito que ainda virá”, enfatiza ele.

No início do ano, Alef foi escolhido entre todos os atletas para ser o técnico, jogador responsável por indicar a melhor jogada a ser feita. Quando a mesma transcorre nas laterais da raia, o técnico é responsável por chamar a tabela. “A ajuda do meu pai foi muito importante para mim, pois sempre me espelhei muito nele”. Já o pai, sem falsa modéstia, acredita que os filhos estão entre os melhores jogadores de bocha de Flores da Cunha.

“Apesar de ser jovem, posso dizer que o esporte me fez uma pessoa melhor, me trouxe grandes amigos e me ensinou o valor da amizade, me aproximou mais de Deus. O esporte despertou em mim emoções que dinheiro nenhum paga. Sinto orgulho de estar na equipe”, declara Alef.

"Juntos somos mais fortes". Essa frase simboliza muito bem a equipe do Morro do Sabiá. “Aqui não há individualismo. Todos lutam pelo mesmo ideal e em primeiro plano está o valor da amizade e os laços de afeto que existem entre todos os atletas. Aqui é como se fosse a nossa segunda família”, finalizou Alef.

Por: Maicon Pan