"É um misto de euforia, medo e felicidade. Na subida a adrenalina toma conta, mas na hora de virar de costas para iniciar a descida, esse é o ápice", ressalta Silvia Novello
A vista de Flores da Cunha do alto do Campanário da Igreja Matriz Nossa Senhora de Lurdes é vislumbrante e ajuda a amenizar a tensão antes de encarrar a descida de 55 metros. O rapel beneficente organizado pela Empresa Adrenalina Vertical arrecadou muito donativos, entre alimentos não perecíveis, roupas e brinquedos, que ainda estão sendo contabilizados pelo CRAS - Centro de Referência de Assistência Social.
No total, foram 160 inscrições, mas em virtude do tempo, apenas 112 conseguiram fazer o rapel. De acordo com o Presidente da Associação Paduense de Esportes de Aventura, Tadeu Baggio, será marcada uma nova data para contemplar essas pessoas.
Antes do rapel de domingo, a empresária Silvia Novello, 40 anos, havia tido uma pequena experiência em Cancun, numa altura de aproximadamente 20 metros. Ela, as irmãs Rejane e Márcia e a sobrinha Júlia fizeram a inscrição para o rapel do campanário. “Desci com a Rejane e a Marcia iria descer com a Júlia, que chegou a ficar pendurada para a descida, mas ficou com vergonha do instrutor e desistiu. Quando nos encontramos lá embaixo ela me disse: Dinda eu não consegui, mas eu queria muito", recorda Silvia.
A frente da Confecções Novello, Silvia destaca que a sensação é maravilhosa. “É um misto de euforia, medo e felicidade. Já na subida a adrenalina toma conta, mas na hora de virar de costas para iniciar a descida, esse é o ápice. As pernas, por mais que você não queira, tremem. As sensações se misturam. É um sentimento de superação. Não tem como explicar”, frisa ela.
Entre a subida na torre, os preparativos e a descida, foram aproximadamente 40 minutos. “Num primeiro momento, os guias explicaram e ensinaram como deveríamos segurar a corda e como o freio funcionava. Depois, com muito incentivo, ajuda e muitas risadas eles nos ajudaram a enfrentar a primeira etapa. Sempre explicando como deveríamos segurar a corda, colocar os pés e sentar na cadeirinha. Os relatos que mais ouvi foram "me dói a mão de tanto segurar a corda e depois descobri que não precisava segurar tão forte", diverte-se a mãe da Luiza e do Vitor.
Para as pessoas que pretendem se oportunizar no rapel e tem algum medo, Silvia foi enfática: “Todos os dias vivemos desafios que não conhecemos e, tudo o que não conhecemos é desafiador e nos tira de nosso conforto habitual. A satisfação de superar o medo é indescritível e, ao mesmo tempo, nos damos conta que precisamos aprender, sentir e compartilhar novas experiências. Às vezes colocamos tantos obstáculos nos nossos sonhos que chagamos a pensar na impossibilidade de realiza-los. Quem puder viver essa experiência, faça. É seguro, é prazeroso”, concluiu a empresária do ramo de cama mesa e banho de Flores da Cunha.
Texto: Maicon Pan
Fotos: Equipe Adrenalina Vertical / Divulgação