Exigir demais do corpo na retomada das atividades físicas pode gerar lesões
Desde segunda-feira, dia 22, as academias foram liberadas para retomar suas atividades de acordo com o Decreto Estadual nº 55.799, que liberou a cogestão para que os municípios seguissem os protocolos da bandeira vermelha mesmo estando na preta. Após cerca de 20 dias fechadas, as academias puderam reabrir, mas com medidas para evitar a disseminação da Covid-19.
De acordo com a profissional de Educação Física, Luana Favero, 31 anos, desde o início da pandemia a Viva Vida Academia buscou alternativas para dar continuidade ao atendimento às alunas, mesmo que à distância. “Acredito que a maioria das pessoas precisou se reinventar de alguma forma neste período. Estamos vivendo numa época onde conseguimos ter acesso à internet e às demais tecnologias de uma maneira muito mais fácil do que há alguns anos atrás. Dessa forma, fizemos cronogramas com horários de aulas online ao vivo, via Google Meet, para que pudéssemos ver nossas alunas durante os treinos, manter o contato visual, continuar gerando as conexões importantes entre aluno e professor e também fazer as correções necessárias para evitar qualquer lesão ou desconforto com a prática”, salienta Luana.
Para a professora, mesmo conseguindo dar sequência aos treinos em casa, é importante estar em contato com as alunas de forma presencial, em um espaço adequado para realização dos treinos. A academia reabriu nesta segunda-feira, seguindo todos os cuidados já adotados desde o início da pandemia, e, incluindo também as medidas impostas pelo novo Decreto Estadual e seu sistema de cogestão com os municípios. “Na chegada das alunas, fizemos a verificação de temperatura e solicitamos o uso de álcool gel. Estamos seguindo o atendimento com horários agendados, não ultrapassado a capacidade de alunas permitidas no momento, mantendo o distanciamento entre aluno/professor e também entre as alunas. Estamos mantendo todas as janelas abertas para a renovação do ar. O uso de máscaras de forma correta é obrigatório, assim como a higienização dos equipamentos toda vez que são utilizados. O tempo de permanência na academia é de 50 minutos para que o grupo encerre as atividades antes do próximo grupo chegar, assim evitando qualquer possibilidade de exceder o número de pessoas permitidas no espaço e também de contato na chegada e saída”, explica a profissional.
Com a volta das atividades, a proprietária da academia destaca o cuidado com os atletas depois da retomada. “Devemos enxergar cada aluno de forma individual e única, fazendo adaptações aos treinos de cada um. É preciso voltar de forma gradual, com cautela e menor intensidade, até que o corpo retorne às condições anteriores de forma saudável. Caso o exercício físico não tenha feito parte da rotina nas últimas semanas, o ideal é retornar com uma intensidade menor, pensando que possivelmente tenha ocorrido uma redução no seu nível de condicionamento físico”, frisou a professora.
Luana também destacou os cuidados para evitar lesões. “Ao ficarmos alguns dias parados já notamos a diferença na nossa resistência e força. Porém, nosso corpo tem memória muscular e quando somos pessoas treinadas, ao retornarmos as atividades, o nosso corpo responde aos estímulos de uma maneira mais rápida do que comparado às pessoas que nunca treinaram. Sendo assim, fique tranquilo neste processo e retorne com cautela, com menor carga e intensidade. O excesso nesse retorno pode causar dores musculares intensas ou até lesões, por isso respeite esse período e busque orientação do seu professor”, finaliza Luana.
A advogada Flávia Menegat, 24 anos, destaca que mesmo com o momento caótico e de incertezas, a Viva Vida Academia conseguiu adaptar a rotina de treinos dentro das possibilidades do momento, para que, mesmo de casa, pudessem treinar, tendo em vista a importância da atividade física. “Continuei realizando atividades físicas todos os dias, com todo o suporte da academia. Além dos treinos diários e aulas coletivas que aconteciam de forma online, também foram disponibilizados treinos gravados, com duração de 30 minutos e bem focados. Aos finais de semana mantive o hábito das caminhadas e corridas”, ressalta ela.
Flávia não sentiu falta de um treino específico, mas de toda a rotina dentro de uma academia. Do ambiente, aparelhos, carga e do auxílio das professoras na realização dos exercícios. “A sensação que tenho nesse retorno, apesar de ter treinado em casa praticamente todos os dias, é a mesma de quando começamos um treino novo”, concluiu Flávia.
Texto: Maicon Pan/Jornal O Florense
Fotos: Luana Favero, Odaísa Reginato e Gicele Pinto