19/10/2020 Diversos

ESPECIAL - Rugby: resistência, estratégia e habilidade

Por ser um esporte de contato, todos os grupos musculares são trabalhados na prática da modalidade

O rugby é um esporte coletivo em que uma bola oval, carinhosamente apelidada de ovalada, devido ao seu formato, que é levada pelas mãos ou pés dos jogadores até o final do campo adversário, chamado in-goal, apoiando-a para marcar o try (lance que vale mais pontos no jogo). Após o try, a equipe ainda tem a chance de ampliar a pontuação com um chute de conversão, devendo este atravessar o H localizado no centro do in-goal. Trata-se de um esporte que exige muita resistência, estratégia e habilidade dos seus jogadores.

O técnico em radiologia Lucas Sgarioni, 30 anos, começou a jogar rugby em 2013, quando tinha 23 anos. “Um amigo meu que é fotógrafo e estava tirando fotos dos treinos para ajudar na divulgação da modalidade me convidou para assistir um treino e conhecer o esporte. Fui sem ter informações sobre a modalidade. Tinha acompanhado apenas um programa esportivo, mas nunca tinha procurado me informar sobre o esporte”, conta.

A maior dificuldade encontrada por Sgarioni foi a falta de adeptos ao esporte, uma vez que muitas pessoas veem o rugby como um esporte violento. “Quem olha de fora sem entender as regras acha que é um esporte violento por ter muito contato físico. Existem regras que definem o que é permitido, os movimentos aceitos para tacklear o adversário e as regiões do corpo que não pode haver contato”, frisa o atleta que atua na equipe Serra Gaúcha Rugby Clube.

A variante mais utilizada é o rugby XV, onde cada equipe entra em campo com quinze jogadores, sendo divididos por várias posições especificas, com oito forwards e sete backs. Os jogadores são denominados de pilares, hooker, segundas-linhas, asas, oitavo, médio scrum, abertura, centros, pontas e full back. De acordo com Lucas, as principais jogadas do rugby são o passe (sempre para trás), chute, line-outs, tackle, ruck, maul e scrum.

Para o florense, a principal conquista foi o vice-campeonato da Taça Tupi, que garantiu o acesso ao Serra Gaúcha Rugby Clube à elite do rugby nacional. “No ano passado, conseguimos nos manter na primeira divisão, sendo um feito se compararmos a diferença de qualidade que existe entre as séries. Nosso treinador, Lucas Carrizo, está fazendo um excelente trabalho para enfrentarmos nossos adversários de igual para igual”, enaltece Sgarioni. “Gostaria de ter conhecido o rugby ainda no colégio. Temos um projeto para levar o esporte para dentro das escolas de Caxias do Sul através da equipe. Queremos que as crianças e jovens tenham os primeiros contatos desde cedo, ajudando a descobrir novos talentos do rugby ou para praticar algum esporte. Gostaria muito de ver o rugby ganhando mais espaço nos esportes e nas mídias, mas infelizmente o futebol sufoca bastante nossa modalidade”, finaliza Sgarioni.

O estofador Iago Ganzer Francescatto, 23 anos, iniciou a trajetória por mera curiosidade. “Meu primo praticava a modalidade e resolvi acompanhar um treino para entender como funcionava. Na semana seguinte já estava praticando junto com o time”, lembra Francescatto, que jogou dois anos no juvenil e um ano na categoria adulto intermediário do Serra Gaúcha Rugby Clube, fusão dos times Serra Rugby e Caxias Rugby.

No começo de 2018, o desgaste e o custo elevado acabaram inviabilizando a continuidade de praticar o esporte. “Eu trabalhava durante o dia e a noite me deslocava até Caxias do Sul para treinar. Os custos eram muito elevados, então optei por dar uma parada. Me planejei para voltar esse ano, mas infelizmente a pandemia acabou paralisando todos os esportes, principalmente os amadores. A perspectiva é voltar aos campos em 2021”, finaliza Iago.   

Texto: Maicon Pan/Jornal O Florense
Fotos: Serra Gaúcha Rugby Clube/Regis Cabral Costa